Uma questão pertinente!

Um destes dias precisei de ajuda numa questão pertinente da minha vida e mandei um mail para aquela secção de aconselhamento da revista Maria, aquela que mesmo quem não lê, sabe que existe (se bem que tenho dúvidas sobre se há realmente alguém que não leia aquilo quando tem a oportunidade)
O e-mail que mandei era o seguinte:
“Olá. Recentemente acabei uma relação difícil e isso tem sido duro para mim. Contudo e por falar em duro, eu recebi há uns tempos uma caneta cinzenta de tinta azul, de 12 por 1, com as inscrições DIA DA DEFESA NACIONAL num evento com o mesmo nome (coincidências…) e eu, distraído como sou, parti-a sem querer. A pergunta é: será que isso é crime? Obrigado”
Descansado da vida, continuei a ir às aulas e tudo, aguardando resposta.
Um destes dias bate-me à porta o carteiro, a dizer que tinha uma carta para mim. Entregou-ma com um sorriso anormal. Hoje acredito que era por ele ler a Maria e por já ter participado nessas consultas anónimas. (Digo isto porque o envelope era branco e não deixava entender nada de suspeito mas mais até por ele ter um ar de larilão)
A resposta era a seguinte:
“Caro Vítor Paulo,
Você não vai engravidar. Tem de entender que todas as pessoas têm fetiches. Tente usar algemas, pode ser que se sinta mais seguro. De qualquer forma, você não vai engravidar, por isso tenha calma e concentre-se na sua missão, o tamanho pouco importa. Muitos homens têm o mesmo problema que você: falta de confiança.
Espero ter sido útil.
Abraços em consideração. (tente abraços também…)
Doutora Vaglina”
Eu, ao ler aquilo, escondi-me na dispensa, não fosse o meu pai pensar coisas. Uma noite sem dormir bastou-me para perceber que aquilo não tinha sido um erro.

[no fim da carta dizia: “Ps: isso não deve constituir crime, mas não se preocupe, é normal ter fetiches com fardas. De qualquer maneira, você não vai engravidar!]