
Entretanto, o frango deverá ter ficado em vinha-d'alho, a marinar de um dia para o outro, para apurar aquele saborzinho ao vinho fermentado das pipas que estão nas caves do sul de Mirandela. Depois do frango apurado, parti-lo em pedaços iguais (rigorosamente iguais). Usar uma pinça para segurar o frango e um bisturi para o cortar. Fazer um papel de filtro de pregas, colocá-lo num funil de vidro (para líquidos) e para que o papel adira ao vidro, colocar 0,8ml de nitrofurano anidro através de uma pipeta de Pasteur. Filtrar o líquido da vinha-d'alho incrustado em cada pedaço do frango para um matraz (colocar os resíduos do matraz no frasco respectivo que se encontra na 'hotte').
Voltando ao estrujido, colocá-lo numa ampola de decantação e acrescentar 10ml (pipeta volumétrica) de vinho do porto. Agitar, abrindo de vez em quando a torneira para libertar o gás formado (ver imagem).

Juntar o estrujido ao frango e cozinhar em banho-maria, usando uma manta de aquecimento. O aquecimento tem de ser gradual, senão o frango fica colado no fundo.
Depois do frango cozinhado, levá-lo a uma destilação simples para retirar vestígios do álcool (p.e.: 45ºC-52ºC). Pôr a gratinar no exsicador. Porém só deve estar no exsicador o tempo suficiente para alourar.
Como acompanhamento, aconselhamos batata a murro. O efeito do murro pode ser obtido através de uma pancada seca com um butano construído em forma de cadeira com aqueles pauzinhos às cores que se encontram no laboratório.
Aproveitem a refeição.
P.S.: Na próxima edição estará disponível a receita de um prato que existe em todos os restaurantes: 'Bacalhau à Zé do Pipo'.