O Regresso Daqueles Cujo Nome Não Deve Ser Soletrado

A notícia que acabava de receber deixou-me com uma cara de cão, dada a gravidade da citação revelada. Aquela era a cabina telefónica de Milão das produzidas em Setembro de 1992 que tinha um cliente com a cara de cão mais bem feita em todo o Milão. O intermediário que me dava a notícia e nada tinha a ver, estava assustado também só de saber o que por aí vinha, rio Leça abaixo (uma cambada de porcaria, era o que vinha, que até parecia neve de tão branquinha que era).
- 'O menisco está de volta?', questionei eu com o sobrolho franzido.
A palavra que, para muitos, simplesmente relembra a forma de um líquido dentro de um capilar que respeita a lei de Langmuir, para mim era o culminar de um pesadelo que julgava não puder ser possível de acontecer.
'O menisco está de volta'. Estas palavras ecoavam na minha cabeça, como a matéria de E.R. I acabada de ser recebida pelos meus sensores auditivos, os ouvidos. O grupo que me tinha mantido preso durante 2 anos estava no activo e eu sabia que até me encontrarem não iam parar.
A cabina telefónica ficava cada vez mais pequena e o cheiro nauseabundo a escárnio, zombaria, troça, sarcasmo, motejo, galhofa, mal-dizer e o próprio cheiro a catalisador era cada vez mais intenso.
Para minha sorte havia uma tratoria mesmo do outro lado da estrada e só 100 gramas de presunto de Parma me acalmaram. Ah pois, isso e uma aceleradela numa vespa vermelha.
Então assentei as ideias, assentei-as num banquinho de jardim - claro está - e pensei para mim: 'Afinal não é assim tão mau, pois posso dizer mal do M&M's sem ele me deitar um olhar reprovador; posso dizer mal do Kramer sem ele dizer uma asneira e me mandar para o c****** mais velho; e posso dizer mal do Radar sem ele me dar um abraço'. Sabe bem estar de volta.

Saudações.